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segunda-feira, 8 de março de 2010

Empresa do Sul contrata trabalhadores no Nordeste para trabalhar no Sudeste

Grupo de trabalhadores alagoanos está alojado em Cubatão


Mesmo com a fiscalização acirrada, feita pela Comissão Municipal de Defesa ao Emprego, todos os dias surgem denúncias sobre a existência de alojamentos clandestinos, em Cubatão.

Nesta segunda-feira, dia 8, foram feitas seis visitas surpresas pela comissão. Em dois alojamentos, as empresas já haviam abandonado o local, em outras duas visitas, o alojamento estava fechado. “Nesses casos, voltaremos aos locais à noite para avaliar a situação e conversar com os responsáveis”, afirmou o arquiteto Ricardo Cretella, membro da Comissão.

Na quinta visita do dia, realizada na Rua Armando Salles de Oliveira, 601, foi confirmada a existência de um alojamento, onde a empresa Conexão – Construções Técnicas Ltda., com sede em Curitiba, Paraná, mantém alojados 30 trabalhadores, entre montadores e ajudantes, vindos do Estado de Alagoas para trabalhar na montagem de torres para a CPFL. Segundo a avaliação dos fiscais da Prefeitura, o local é totalmente insalubre, com três quartos, medindo com 3x3 metros. Nos quartos, com três beliches cada, haviam bolsas e roupas pelo chão, uma vez que no lugar não há espaço para qualquer tipo de armário.

O corredor tem várias utilidades: além de servir de passagem para os demais cômodos, o local serve ainda de depósito de produtos químicos, ferramentas e cozinha, já que comporta duas geladeiras velhas, com ligações elétricas fora dos padrões, popularmente conhecidas como gambiarras, além de fogão e botijão de gás. No local, os alojados preparam seu café, já que o almoço e jantar vêm servidos em marmitex, conforme constataram os vistoriadores, que viram no interior do alojamento e do lado de fora do imóvel, grande quantidade de sobras de comida.

Um pouco assustados com a movimentação, alguns trabalhadores se dispuseram a conversar com o pessoal da prefeitura, dizendo serem todos da mesma cidade alagoana, Delmiro Gouveia, e já prestam serviços para esta empresa há algum tempo. Perguntados sobre o tipo de alojamentos em outras cidades, eles afirmaram que geralmente ficam em apartamentos ou pousadas e que esta é a primeira vez que ficam em lugar nada agradável e se mostraram preocupados ao saber que os produtos deixados no corredor poderiam prejudicar a saúde de todos os alojados.

Interdição – Representantes da Vigilância Sanitária na Comissão, os fiscais Euclides e Flávia garantiram que o alojamento sofrerá interdição imediata da cozinha improvisada e será dado o prazo de 72 horas para a desocupação total do imóvel, uma vez que o mesmo não oferece condições mínimas para moradia humana.

Ao término da vistoria, os membros da Comissão receberam a denúncia de que outro imóvel nas proximidades – Rua Pio XII, 63, estava recebendo grande quantidade de colchões. Ao chegar ao local, um sobrado em condições razoáveis, os fiscais foram recebidos por um funcionário da empresa Novo Espaço, sediada no Interior do Estado, especializada na montagem de canteiro de obras, com atuação na área de uma empresa do Pólo.

Nos quatro quartos e na sala foram encontradas 16 camas, para atender os 13 trabalhadores, entre carpinteiros, ajudantes e dois encarregados, que chegaram durante o final de semana. Pelo telefone, os responsáveis pela empresa se comprometeram, ainda nesta segunda-feira, a procurar a Prefeitura para tratar sobre o assunto.

Texto: Lula Terras – MTb. 13.553

Fotos: José Mário Alves

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