Com uma festa de luzes e cores, na esplanada do Paço Municipal, foi realizado - pela primeira vez no período noturno, em Cubatão – o hasteamento de bandeiras, nesta terça-feira às 20 horas, dentro do que preceitua a lei federal 5.700/1972, que dispõe sobre os símbolos nacionais, definindo em seu artigo 15º, que prevê o ato noturno, desde que a bandeira esteja devidamente iluminada.
A cerimônia começou com o hasteamento das bandeiras do Brasil (pela prefeita municipal), do Estado de São Paulo (pelo capitão Diniz Filho, do 2º Subgrupamento de Bombeiros de Cubatão) e de Cubatão, pelo presidente da Câmara, José Roberto Azzoline Soares (Alemão). Foram executados o Hino Nacional, o da Independência e o de Cubatão, pela Banda Marcial Municipal de Cubatão, regida pelo maestro Alexandre Felipe Gomes, e que também abriu o ato, acompanhada pela Linha de Frente, coreografada por Gislaine Teixeira.
Participaram da cerimônia a prefeita Marcia Rosa, o vice-prefeito Arlindo Fagundes e todo o secretariado, diretores departamentais e titulares da CMT, Cursan e Caixa de Previdência, além do presidente da Câmara e dos vereadores Adeildo Heliodoro dos Santos (Dinho) e Paulo Tito Farder. Também presentes a assessoria da deputada estadual Maria Lúcia Prandi; Elizabeth Pimenta, representando o Ciesp-Cubatão; Neusa Bento, organizadora da mostra "100 Anos da França no Brasil"; e alunos das escolas Padre José de Anchieta, D. Pedro I e Professor José da Costa.
Várias comemorações - Falou em primeiro lugar o vice-prefeito Arlindo Fagundes Filho, também presidente do Camp de Cubatão, destacando: "Esta data tem várias comemorações, especialmente a da Semana da Pátria, momento de refletirmos sobre o que somos, que pátria queremos. Quero lembrar de pessoas que se doam em benefício de uma sociedade mais justa e feliz, pois hoje comemoramos o 38º aniversário de fundação do Camp, entidade respeitada em todo o Brasil e presente em vários países. O Camp de Cubatão se destaca pela sua importância: já passaram por ele mais de 20 mil jovens e também seus familiares, hoje atendemos 1.149 jovens e há grande concorrência para entrar no Camp, o que nos orgulha, pois estes jovens são filhos de nossa sociedade e temos obrigação de orientá-los.
"Nesta data comemoramos também o Dia do Patrulheiro, e se hoje temos a figura do aprendiz, o patrulheiro continua ligado ao nome da instituição. Investimos em novas instalações, 22 novos computadores. E peço desculpa aos não corintianos, mas também comemoramos 99 anos desse time.
"Buscar nos dias atuais vestígios do passado, a reafirmação de nosso princípio de brasilidade, criar um país melhor, mais justo e digno para todos os brasileiros e brasileiras. Como sociedade, evoluímos, e assumimos compromisso com o momento presente. É o momento de fazer uma sociedade melhor, com a felicidade de todos e o compromisso com os valores morais e éticos, construindo dia após dia o bem comum, com solidariedade, fraternidade, amor às instituições. Temos a missão de construir um país melhor para as novas gerações, e fazer isso é sentir amor pela pátria", completou Arlindo.
Em seguida, a secretária de Cultura e Turismo, Marilda Canelas, falou sobre as solenidades previstas, "uma programação não só cívica, mas também cultural e de lazer, buscando atender a toda a sociedade cubatense. O que tem de melhor está aqui, a começar pela Banda Marcial e Linha de Frente, que hoje fizeram a abertura desta festa".
O presidente da Câmara, José Roberto Azzoline Soares, lembrou que as comemorações da Semana da Pátria "são atos cívicos que fortalecem nosso patriotismo, resgatam nossos valores éticos e morais, valorizam os símbolos nacionais". Terminou parabenizando a prefeita pela idéia da cerimônia no período noturno.
Por sua vez, a prefeita Marcia Rosa começou seu discurso cumprimentando o aluno Marco Aurélio (representando a escola José de Anchieta), o aluno Rafael Santos Amaral e a professora Vilma Maria (pela UME D. Pedro I), a aluna Ana Paula de Oliveira e a professora Ana Paula Rodrigues (pela escola José da Costa), além das autoridades presentes.
Momento de reflexão – Em sua fala, a prefeita Marcia Rosa destacou: "O início desta semana de comemorações pela Independência do Brasil é um bom momento para refletirmos sobre o que significa a independência para um povo. Escreveu certa vez o filósofo Friedrich Nietzsche que 'ser independente é uma questão que diz respeito a uma muito restrita minoria: é um privilégio dos fortes'.
"Ele não falava de força física, ou de força pelas armas, mas da força que as pessoas têm, se quiserem ter, para mudar seu próprio destino. Assim fez o Brasil em 1822, por não querer mais ser colônia européia, consciente de sua grandeza continental e de sua força moral, de sua vontade em traçar novos caminhos e criar um novo futuro para seu povo.
"Foram paulistas os que se dispuseram a liderar essa transformação, e foi um filho destas terras, José Bonifácio, quem mostrou o caminho ao jovem príncipe. Caminho que passava por Cubatão, região mais antiga de nosso país, onde mais uma vez a história sofreria uma reviravolta, encontrando-se com a lenda, quando um chá oferecido ao futuro imperador permitiu que ele melhorasse de sua indisposição e subisse a Serra do Mar, para encontrar o correio carioca junto ao Ipiranga, em vez de talvez encontrá-lo junto às margens plácidas do Rio Cubatão.
"Se um chá milagroso oferecido por Maria do Couto, uma cubatense, libertou D. Pedro para seguir seu destino de libertar o Brasil dos laços que nos prendiam à metrópole, outros atos ocorridos em Cubatão também contribuíram, nas décadas seguintes, para que esta independência se consolidasse, e uma nação fosse construída. Essa é uma das lendas que sempre contamos em nossa cidade. A história de Cubatão está intrinsecamente ligada à história do Brasil, e devemos sempre lembrar das nossas histórias e lendas.
"Aqui foi construída a usina hidrelétrica que ajudaria a impulsionar a economia paulista, e logo depois a refinaria e a siderúrgica que formariam este imenso parque industrial de Piaçaguera.
"Transformando a economia cubatense de agrícola para industrial, e ajudando a justificar a grandeza do porto santista, este polo também conduziu o Brasil à sua independência econômica, a uma transformação radical nos costumes, na organização do trabalho, na forma de gerar riqueza. Ajudamos a fazer o Brasil uma nação independente.
"Agora, mesmo passando por esta crise no mundo, não vamos mais conviver com essa história de cidade rica e povo pobre. Queremos que o povo de Cubatão tenha acesso aos altos postos, à riqueza aqui gerada com seu trabalho.
"Mas, independência é privilégio dos fortes. E este povo é forte. Quando parecia mais derrotado, reagiu e bradou pelo fim da poluição, pediu respeito pelo ambiente. Seu grito foi ouvido, as indústrias investiram em equipamentos, e a poluição cessou de forma tão exemplar que Cubatão virou símbolo mundial da recuperação ecológica!
"Faltava resolver a outra questão, enfrentar os problemas sociais, para que os cubatenses pudessem levantar a cabeça e dizer, com muito orgulho, o nome do lugar em que nasceram, ou que escolheram para viver. Ainda temos muito o que caminhar, para atingirmos a nossa independência, reunirmos os recursos que nos permitam agir como desejamos. Temos inúmeros problemas, que mal pudemos começar a resolver: habitação, saúde, educação, transporte, urbanismo, ambiente. Mas os primeiros passos já foram dados, seguimos por estrada segura e em boa direção.
"Hoje, hasteamos pela primeira vez à noite a Bandeira Nacional, com iluminação especial, sob um céu maravilhoso, com bela noite e temperatura agradável; É um momento muito especial, muito melhor, ao abrigo da lua, em vez de enfrentar um sol escaldante", completou ainda a prefeita, cuja fala foi seguida por nova apresentação da Banda Marcial e pela abertura da exposição "100 Anos da França no Brasil", que permanecerá aberta à visitação do público até o dia 11, no saguão do Paço Municipal.
Texto: Carlos Pimentel Mendes – MTb. 12.283-SP
Foto: Dilson Mato Grosso
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