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quinta-feira, 8 de março de 2012

No Dia Internacional da Mulher, uma homenagem a todas que lutam por uma sociedade mais igualitária


Oficializado em 1977 pela Organização das Nações Unidas, o Dia Internacional da Mulher é mais que uma data comemorativa. É uma oportunidade para refletir sobre as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres - e constatar que, embora muito tenha sido alcançado, ainda há muito o que fazer.
A ideia da existência de um dia para celebrar mundialmente a luta feminina surge na virada do século XX, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte das trabalhadoras. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo.

E exatamente nesta época a mulher começa a entrar na política. Organizações de cunho socialista nos Estados Unidos e em países da Europa, coordenados pela Internacional Socialista, abraçaram a causa e organizaram protestos e reuniões para debater e reivindicar condições justas de trabalho. Não demorou muito e a luta chegou ao Brasil.

Até a virada do século XIX para o XX a mulher brasileira não sabia o que era ter direitos, tampouco votar e ser votada. O surgimento de organizações socialistas no País, como o Partido Comunista do Brasil, e revoluções culturais como a Semana de 22 trouxeram da Europa os novos ares de liberdade e direitos igualitários. Em 1922, Berta Lutz fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que lutava pelo voto, pela escolha do domicílio e pelo trabalho de mulheres sem autorização do marido.

Rio Grande do Norte e Minas Gerais são os pioneiros no País em legalizar o voto feminino. Em 1929, Alzira Soriano faz história e é a a primeira mulher a ser eleita para um mandato político no Brasil, tornando-se intendente (atual cargo de prefeita) do município de Lages/RN.

Desde então, a luta das mulheres por seu espaço de direito na sociedade não parou de crescer, tendo sua explosão durante os fervorosos anos de 1960. A ditadura militar uniu homens e mulheres para lutar pela democracia. Em 1980, surge o Partido dos Trabalhadores, que abraça as causas sociais, sobretudo a defesa da participação cada vez maior da mulher na política.

Surgem lideranças como Maria da Conceição Tavares e Marta Suplicy. Em 1988, o PT faz história e consegue eleger duas prefeitas que mudaram a história de suas cidades: Luiza Erundina, em São Paulo, e Telma de Souza, em Santos.

Uma cubatense acompanhou esse momento de perto, sobretudo a luta de Maria Lúcia Prandi na Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo. Marcia Rosa respirava política e logo ingressou no PT e no movimento sindical. Seu anseio de construir uma sociedade mais igualitária e justa a levou, em 2000, à vereança. E, em 2008, ao comando da Prefeitura de Cubatão, onde está transformando a trajetória da Cidade e das mulheres cubatenses, com iniciativas como o Centro de Referência da Mulher, equipamento pioneiro na Baixada.

A luta da mulher brasileira na política atinge seu auge em 2010, quando quase 56 milhões de votos elegem Dilma Rousseff como a primeira Presidenta do Brasil.

Ainda há muito o que fazer, como acabar com a violência doméstica que fere e mata milhares de mulheres todos os anos, como Maria da Penha. Sem falar na luta por salários iguais para homens e mulheres, algo ainda inexistente em muitas empresas.

Para Marcia Rosa, em discurso na Câmara Municipal durante homenagem às mulheres, em 2011, a mulher não quer nenhum privilégio, apenas o que é seu de direito. "Tantas mulheres lutaram e pagaram com suas vidas para hoje podermos até ser prefeitas ou presidentas. A mulher não quer o lugar dos homens no mercado de trabalho. Quer o seu espaço de direito, o lugar que tem capacidade e competência para ocupar. Se hoje estou aqui como prefeita da minha cidade, devo a cada mulher que lutou contra uma sociedade machista e patriarcal. Não se trata de homens contra mulheres, mas sim de uma luta conjunta pelo reconhecimento de que a mulher pode e deve lutar pelos seus sonhos".


Reprodução do Portal Marcia Rosa

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