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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ministro do Turismo experimenta roteiro ecoturístico de Cubatão

Após passeio pelo Rio Cubatão, ministro reconhece o município como cidade potencialmente turística e anuncia primeiro repasse de verbas de seu Ministério

Um simples passeio de barco de uns poucos minutos pelo Rio Cubatão, apreciando a beleza do manguezal e do Guará-vermelho, uma das 145 espécies de pássaros que vivem na região, bastou para que o Ministro do Turismo, Luiz Barreto, confirmasse o grande potencial turístico da cidade. Se o ministro já se mostrava plenamente favorável à elevação do município á condição de estância, após o passeio, realizado na manhã desta segunda-feira (11/05), o ministro se mostrou totalmente convicto de que Cubatão é, além do maior pólo petroquímico do país, também uma cidade essencialmente turística, que possui recursos naturais, além de roteiros históricos e arqueológicos, exuberantes.
O roteiro fluvial pelo manguezal cubatense foi feito em companhia da prefeita Marcia Rosa e do deputado federal Marcio França e deputados estaduais Maria Lúcia Prandi e Luciano Batista, este último autor de um projeto de Lei que transforma Cubatão em estância. E, comprovando o seu reconhecimento disto, o ministro anunciou que o município irá receber recursos do Ministério do Turismo para a reurbanização da Praça Princesa Isabel. O ministério irá arcar com o custo total da reforma, que será definido na próxima semana, quando a prefeita irá a Brasília protocolar o projeto e apresentar outros na mesma linha. A primeira parcela será liberada ainda neste primeiro semestre, garantiu Barreto.
Após o desembarque, no píer localizado no final da Rua Miguel Couto, o ministro e a prefeita participaram de entrevista coletiva. Confira a seguir, os principais trechos:

Qual o objetivo de sua visita à Baixada Santista?
Luiz Barreto - Esta região é uma porta de entrada do turismo paulista e tem potencial para se tornar também uma grande porta de entrada do turismo nacional e internacional. É muito importante esse contato pessoal.
Qual a sua opinião sobre o passeio de barco pelo Rio Cubatão?
Barreto - Trata-se de um passeio maravilhoso. Sou paulista, há muitos anos conheço esta região, que foi muito castigada nos anos 80. Uma prova de que houve uma recuperação é esse passeio. Estou muito feliz de estar aqui com a prefeita Márcia Rosa. Estamos estudando possibilidades de parceria. Já firmamos o primeiro convênio para a reforma da Praça Princesa Isabel. Vamos trabalhar juntos para recuperar essa imagem simbólica da importância de Cubatão. A Cidade não tem só indústria e pólo petroquímico. Tem um viés importante que é o turismo.
Qual a possibilidade de Cubatão se tornar uma estância turística?
Barreto - Essa é uma decisão de âmbito estadual, mas estou conversando com os deputados (Maria Lucia Prandi e Luciano Batista). Farei um esforço para que a Assembléia Legislativa de São Paulo possa aprovar isso. Será um importante passo para mudar um pouco a imagem, esse símbolo de Cubatão. Se tornar uma estância turística é um trabalho de longo prazo. Devemos usufruir das potencialidades da Cidade. A prefeita destacou o potencial da Serra do Mar, das cachoeiras, esse rio maravilhoso (Rio Cubatão). Evidente que Cubatão é uma área industrial, mas tem outras regiões de desenvolvimento.
De que forma o ministério pode colaborar para o desenvolvimento do setor na região?
Barreto - Temos de qualificar melhor nosso destino. Todos os prefeitos sabem da importância do turismo para o desenvolvimento econômico da Baixada Santista. A atividade é geradora de emprego e renda. Este ano temos um conjunto grande de feriados que será útil para ajudar o País a enfrentar a crise. Vamos trabalhar em várias parcerias, com cada cidade, com cada Prefeitura. Hoje faremos um balanço dos projetos em andamento. E estamos iniciando uma parceria com Cubatão.
O que está previsto nesta parceria com Cubatão?
Barreto - Assumi hoje o compromisso de liberar recursos, ainda neste primeiro semestre, para a reforma da Praça Princesa Isabel. Aguardo a visita da prefeita na próxima semana para me entregar o projeto. Fora isso há outros projetos que vou estudar com carinho.
Quais as outras iniciativas do ministério na Baixada?
Barreto - Em Santos, temos o restaurante escola na Estação do Valongo e o apoio ao projeto do bonde; em São Vicente, a reurbanização de várias praças e da orla; em Guarujá, o aeroporto, um investimento de mais de R$ 4 milhões e uma ligação entre as praias de Pernambuco e Perequê; enfim, temos um grande conjunto de obras, incluindo sinalização turística. Há um investimento, nos últimos anos, de mais de R$ 15 milhões do Ministério do Turismo na Baixada Santista. Espero manter esse mesmo nível de intervenção, que, nos próximos anos, tenhamos mais R$ 15 milhões de investimento em infraestrutura, em qualificação profissional – acabamos de formar uma turma para trabalhar no trade turístico em Guarujá. Temos de preparar a Baixada para a Copa do Mundo de 2014. Esta é a maior janela de oportunidades que o turismo brasileiro terá nos próximos anos. São Paulo certamente será uma sede e Santos e a Baixada podem usufruir vantagens.
Quais os projetos que Cubatão deve apresentar ao Ministério do Turismo na próxima semana?
Márcia Rosa – Nesta visita, mostramos ao ministro a potencialidade de Cubatão para ser inserida como cidade turística e fomentar essa atividade na Cidade. Além da Praça Princesa Isabel, conversamos sobre os parques Anilinas e Cotia-Pará. São projetos maiores, amplos, e contamos com o apoio do Ministério do Turismo.
A senhora acha que o Rio Cubatão tem potencial para atrair muitos visitantes?
Marcia Rosa - Totalmente. Já recebemos grupos de São Paulo e do ABC e até de outros estados, mas o roteiro não está potencializado turisticamente. Esse trajeto pelo manguezal, que recebe milhares de aves migratórias, precisa ser conhecido e, para que isso ocorra, precisamos investir em infraestrutura. O apoio do Ministério do Turismo é fundamental.
Como está o andamento do projeto de lei do deputado Luciano Batista para que Cubatão seja transformada em estância turística?
Marcia Rosa - Na semana passada, expliquei para os líderes de bancada, na Assembléia Legislativa, a importância de inserir Cubatão como estância turística. Trata-se de uma questão de justiça para com a Cidade. Apesar de ser imprescindível para que haja turismo nos demais municípios, Cubatão não é uma estância turística. Não podemos ser simplesmente a cidade da passagem, cortada pelas rodovias de acesso. Nós oferecemos 80% da água consumida na região. O potencial de Cubatão precisa ser mostrado. Todos nós, independentemente da bandeira política, podemos, juntos reconstruir uma imagem para a Cidade. Não queremos mais que Cubatão seja reconhecida pela figura de uma casinha e uma chaminé. Tem sim um parque industrial, que muito nos orgulha, que é fundamental para o desenvolvimento da nação, mas é preciso que se conheça o potencial histórico e natural. Por exemplo, se você quiser conhecer uma cachoeira com uma queda de 63 metros, de água limpa, só tem um lugar na região: Cubatão. Nosso trabalho é descortinar Cubatão; é mostrar a beleza dessa Cidade. Isso vai melhorar a identidade do povo e tirar essa imagem da década de 80.
O que a Cidade tem a ganhar ao ser transformada em estância turística?
Marcia Rosa - Passaria a receber recursos do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias). Portanto, hoje, a cidade, que tem todo esse potencial de turismo histórico e ecológico, está condenada a não receber. Isso é muito injusto com o local que promove o desenvolvimento da nação brasileira. O preço do desenvolvimento não pode ser esse. Tudo o que Cubatão tinha e tem de qualidade foi oferecido para o Brasil. Há uma dívida da nação para com a nossa cidade.


FOTOS: Dilson Mato Grosso/Depto. Imprensa/PMC

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