Cerca de 30 funcionários da empresa Saenge, que realiza obras do programa Onda Limpa, da Sabesp, em Cubatão, estão alojados de forma irregular na rua Nicolau Cuqui, 87, Ilha Caraguatá. A constatação aconteceu no início da tarde desta terça-feira, dia 2, após visita da Comissão Municipal em Defesa do Emprego, criado pela Prefeitura para fiscalizar a existência e funcionamento de alojamentos irregulares no Município.
O resultado da vistoria valeu dois autos de infração para o proprietário do imóvel pelo Setor de Tributos da Prefeitura, por não possuir licença para atuar como alojamento, outro do Setor de Obras, pelo fato do imóvel estar em desacordo com o Código de Posturas do Município. Também a empresa Saenge foi autuada, pela Vigilância Sanitária, que deu prazo de 72 horas para desocupar o imóvel, considerado insalubre para alojar o pessoal.
Além das condições insalubres, que coloca em risco a saúde dos trabalhadores, a maioria vinda da Bahia, as dificuldades financeiras do pessoal, que está cumprindo aviso prévio, também é preocupante.
Um dos trabalhadores, que não quiz se identificar, afirmou que são 11 os trabalhadores em aviso esperando as 'folhas' (rescisão contratual) para voltar para seu lugar de origem. Um desses trabalhadores, Evilásio Rabelo, natural de Heliópolis, na Bahia, disse que está em Cubatão há 11 meses, trabalhando como ajudante na obra.
“Esta é a segunda vez que saio de casa para trabalhar, a primeira vez fui para São Paulo e agora para Cubatão. Fui demitido há mais de 30 dias e o pouco que recebi, estou gastando para ficar aqui na espera dos documentos (rescisão contratual e seguro desemprego). Vou acabar voltando para casa sem um tostão no bolso. Este tipo de aventura, nunca mais faço”, lamentou o ajudante.
Segundo o secretário Municipal de Indústria, Comércio, Porto e Desenvolvimento, Benito Gonzalez, não precisou uma vistoria mais minuciosa para identificar as inúmeras irregularidades existentes naquele local. “Para mim é uma aberração trazer mão de obra não qualificada de outras regiões, em detrimento da mão de obra local, que sai bem mais barata e ajuda no combate ao desemprego. Essa empresa mostra com essa atitude não ter compromisso social com a cidade”, afirmou o secretário que diz lamentar que o pior de tudo é alojar esta mão de obra em condições subumanas.
Texto: Lula Terras – MTb. 13.553
Foto: Dílson Mato Grosso
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