Marcia Rosa destacou o novo momento de Cubatão, no contexto
regional
"Não há como
repensar Cubatão apenas, sem que se veja o conjunto da região
metropolitana", destacou a prefeita Marcia Rosa, durante o 3º Ficon -
Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região, realizado nesta semana no
Centro de Convenções Mendes, em Santos. Além de comparecer à abertura dos
trabalhos, no dia 6, ela participou nesta terça-feira de mesa redonda sobre
"O que esperar de cada cidade em relação ao boom imobiliário metropolitano
que vivemos".
Disse ela que "Cubatão está celebrando agora os
resultados de eventos como este Ficon, do Megapolo e do Santos Export, que têm
propiciado o debate sobre a região metropolitana e sua força na economia
estadual e federal. Primeiro, pelas obras no trevo da Anchieta/SP-55, que
estava travando a entrada de toda a Baixada Santista; segundo, pela duplicação
do Viaduto Rubens Paiva, no Casqueiro, e agora pelo anúncio do Eco Plaza
Cubatão, um dos maiores investimentos privados da história do município, com R$
160 milhões, gerando 3.500 empregos diretos e milhares de empregos
indiretos".
"Isso foi possível graças a empreendedores com o olhar
no futuro, que estão reescrevendo a história da cidade - que sai da
horizontalidade para a verticalidade. Cubatão é um mar de oportunidades, e faz
parte do papel do gestor do município ir atrás dos novos investimentos. Vamos
trabalhar juntos para que este e outros empreendimentos sejam instalados,
dentro de conceitos modernos de sustentabilidade", disse, lembrando que há
outros projetos que precisam sair do papel, como a ligação seca Santos-Guarujá
e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), importantes para toda a Baixada Santista.
Pensar regionalmente
- Porém, Marcia criticou a visão ainda reinante de se dissociar Santos dos
demais municípios, começando por reivindicar a mudança do nome do Ficon:
"Por quê 'Santos e Região', em vez de 'Baixada Santista'? Essa visão
fragmentada, tratando como apêndice as outras cidades, se reflete em projetos
como o VLT, que é excelente, com R$ 902 bilhões do governo federal, mas só para
Santos e São Vicente. E as outras cidades? Não se trata nem de por onde iniciar
a obra, mas da falta de um projeto que inclua as demais cidades. Como podemos
pensar em adequação cicloviária em Cubatão, por exemplo, sem ter o projeto
completo do VLT? Não há como replanejar uma cidade sem ver o conjunto da região
metropolitana".
A prefeita lembrou que o 1º Ficon discutiu a possibilidade
de um plano diretor regional, que seria difícil de executar devido às
particularidades de cada cidade, mas observando-se que é possível termos
diretrizes para o desenvolvimento regional, como a limitação nas vagas de
estacionamento em prédios comerciais, na altura das construções, etc. Em
Cubatão a comunidade conta com sua Agenda 21, que é observada no planejamento
da cidade. "Mas temos de ter mais que um Condesb e uma Agem, temos que ter
mais protagonistas discutindo a região de forma conjunta", continuou.
"Existe o projeto de uma hidrovia em Cubatão que retiraria
milhões de veículos das rodovias, mas há mais de cinco anos não se consegue
liberação ambiental para o projeto, pelo temor de que a movimentação na
superfície da água possa revolver sedimentos poluentes. E não se faz nada? Por
que não criar uma consultoria para tratar conjuntamente das questões ambientais
da Baixada Santista? Precisamos da participação do empresariado e de toda a
sociedade. Somos mais de dois milhões de habitantes e unidos podemos obter os
investimentos necessários, obtendo mais qualidade de vida para toda a
região".
Chicago e Maringá -
Os debates do Ficon foram fortemente influenciados pelos exemplos -
apresentados pelos palestrantes - de soluções urbanísticas inovadoras aplicadas
em cidades como Chicago, nos Estados Unidos, e Maringá, no Paraná.
Vários dos participantes do debate mencionaram essas
cidades, como o prefeito de Praia Grande, Alberto Pereira Mourão. "Temos
de provocar o debate com a comunidade sobre o futuro, sobre como ser uma cidade
inteligente", comentou. O prefeito de Bertioga, José Mauro Dedemo
Orlandini, disse que é necessário pensar regionalmente, com sustentabilidade,
pelos próximos 30 anos. Para o chefe do executivo de São Vicente, Luís Cláudio
Bili, é preciso transformar os recursos do pré-sal em investimentos na região,
com retaguarda dos governos federal e estadual.
Também seguiu essa linha o prefeito de Santos, Paulo
Alexandre Barbosa. "Precisamos tirar projetos do papel, sair da teoria,
mobilizando-nos e somando esforços. A união dos municípios é imprescindível,
pois eles, em sua maioria, não têm recursos para investir, precisam formar
parcerias, inclusive em busca de investimentos internacionais. Temos de mostrar
que as obras de infraestrutura são importantes não só para a região, mas para o
estado de São Paulo e o país".
Fotos: Júlio César Chaves
Texto:Carlos Pimentel
Mendes - MTb 12.283
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