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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Morte de Che Guevara completa 42 anos, nasceu o mito.

Texto: Samanta Lorena

Há 42 anos, no dia 8 de outubro de 1967, morreu Ernesto Guevara de La Serna, Che, médico, guerrilheiro, teórico revolucionário e estadista, nascido em Rosário, Argentina. Foi executado pelo tenente Terán, na escuridão da escolinha de La Higuera.

Caso o governo boliviano o tivesse absolvido, ou a CIA lhe salvasse a vida, a contribuição de Che a sua causa seria maior, mas o auto-sacrifício não teria as dimensões que teve, a criação de um mito.
No livro Che Guevara - A vida em vermelho, Jorge G. Castaneda afirma que o efeito duradouro da figura do líder pode ser assimilada ao espírito subversivo do momento. É relacionada com a Revolução Cubana, pois buscava Inverter a hierarquia do mundo mais tarde definida em termos de Norte-Sul.
Visava reverter à relação entre os países ricos e dominantes, e os demais, pequenos e pobres como a ilha caribenha. Para os jovens que protestaram contra a colonização francesa na Argélia e repudiaram os bombardeios norte-americanos contra o Vietnã, por exemplo, era a tarefa de transformar um status que geopolítico cruel era num só tempo um pensamento heróico.
Para o professor de história da América, Paulo Campbel, a figura de Che é um argumento teórico que contempla o papel do indivíduo e das relações sociais na história. "A escrita da história constitui em grande parte na articulação e análise de sentimentos, gestos, discursos-da experiência do homem no tempo vívido.
Para dar conta disso, é primordial a contextualização histórica, Che é tributário porque era médico argentino de um legado de resistência ao neocolonialismo, ou seja, a dominação indireta dos Estados Unidos na América Latina que, no caso cubano, remonta a José Marti. É nesse contexto que se deve explicar a liderança de Che na revolução social que ajudou a constituir Cuba e sem muito sucesso, no Congo e na Bolívia", afirma.
Segundo a estudante de Jornalismo, Segundo a estudante de Jornalismo, Natasha Guernze, Che contribuiu para a história e a política. "Ele sempre foi um cara de esquerda, trouxe idéias de igualdade social. Na Revolução Cubana, trouxe ideais esquerdistas que começam em pequenas comunidades e conseguiu expandi-Ias, mas crítico à indústria cultural que foi posta pelo capitalismo, ou seja, o símbolo Che pode ser encontrado em qualquer loja que venda roupas".
A única jornalista a documentar a morte de Che, Helle Alves, ao lado do fotógrafo Antoruo Moura e do cinegrafista Walter Glanello, conta que ao perceber que a guerrilha estava no fim, deixou de cobrir o julgamento do jornalista francês que tinha sido preso, Regis Debray. "O mais impressionante no dia da morte foi à mudança de atitude do povo.
“O hospital em que ele estava foi fechado para não conseguirem entrar, mas o povo conseguiu derrubar o portão enorme e foi ao encontro do corpo”. Alves, que reside em Santos, diz que a mudança de comportamento deu-se quando viram o corpo e o assemelharam à Jesus, mudando o discurso em respeito à Che.

Matéria publicada em 04/10/2009, no Agência Facos: Órgão Laboratorial do 4º Semestre do Curso de Jornalismo do Centro de Ciências da Comunicação e Artes da Universidade Católica de Santos- UniSantos

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