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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Logística para próxima safra segue as sugestões dadas por Cubatão

Retenção de veículos no alto da serra e agendamento de viagens de caminhões buscam minimizar congestionamentos na Baixada Santista



Já na safra que começa em março, todo caminhão com destino aos terminais portuários, com granéis ou quaisquer outras cargas, será monitorado desde o interior do País por um sistema centralizado na Codesp: só quem tiver agendamento prévio da viagem poderá alcançar o porto. Este planejamento, que atende às ideias apresentadas por Cubatão um ano atrás, foi apresentado nesta quinta-feira (16), à prefeita Marcia Rosa de Mendonça Silva, pelo ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), Antonio Henrique Pinheiro Silveira, que nos próximos dias analisará a viabilização de planos como a Via Arterial Porto-Indústria, também defendida por Cubatão.

A reunião entre ambos, diversos secretários municipais, representantes da SEP e outros órgãos federais do setor, e também o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Renato Barco, e seus diretores, ocorreu na sede desta empresa, em Santos.

Agendamento - Antonio Silveira explicou que as autoridades federais trabalham com a previsão de incremento de 10% na safra 2014, em relação ao total colhido no ano anterior, e a intenção é diminuir o impacto do escoamento desses produtos na Baixada Santista, "o famoso conflito porto-cidade".

Para isso, foi montado um plano para organizar primeiro o acesso dos navios ao porto e em seguida controlar o sequenciamento do fluxo terrestre (caminhões e trens), informatizado (dentro da meta "porto sem papel").

A base desse controle será um sistema já implantado na Codesp. Todos os terminais de cargas tiveram mapeadas suas capacidades operacionais (estacionamento de veículos e cargas, velocidade operacional, etc.), definindo-se a capacidade máxima de cada um na recepção diária de veículos. Assim, sabe-se o máximo de veículos que cada terminal pode receber por dia, e os terminais farão o agendamento das viagens dos caminhões considerando esse limite, com até sete dias de antecedência.

Com base nesse agendamento, o sistema monitorará as viagens desde as origens da carga, com postos de controle nas rodovias e apoio da Polícia Rodoviária e outros órgãos, que verificarão se os veículos estão dentro do cronograma. Todos os veículos com cargas para o porto deverão passar pelos pátios reguladores (na Baixada Santista, o Ecopátio e o Rodopark).

Serão tomadas várias providências para desestimular qualquer tentativa de acesso não agendado ao porto, estando previsto inclusive um controle no alto da Serra do Mar, para impedir a descida pelo sistema Anchieta-Imigrantes: "As pessoas verão que trafegar sem o agendamento será mais problema que solução", disse o ministro, explicando que sua vinda à região era justamente para definir este sistema de trabalho com os municípios no entorno do porto.

Importância - Salientou a prefeita Marcia Rosa ser esta a primeira vez que Cubatão, um município portuário, é chamado a discutir questões portuárias, e reivindicou que esses debates sejam aprofundados com a participação do município no Conselho de Autoridade Portuária (CAP).

Para ela, a proposta da SEP é interessante quanto ao aspecto da gestão do tráfego, atendendo a várias reivindicações feitas por Cubatão em 2013, mas o tema precisa ser aprofundado, tanto em aspectos relacionados com a próxima safra, como em relação ao futuro dos acessos ao porto, com o previsto crescimento contínuo da movimentação de cargas.

A prefeita lembrou a sobrecarga que Cubatão enfrenta com o intenso movimento nas estradas, pois estas atravessam a cidade e é a estrutura municipal de Saúde que atende os motoristas. Quando ocorrem congestionamentos, a cidade para, sem comunicação entre os núcleos residenciais, e também sofre o polo industrial (trabalhadores não conseguem chegar às indústrias, matérias-primas não são entregues em tempo, a produção tem dificuldades para ser escoada. Em 22 de fevereiro de 2013, Cubatão enfrentou a tragédia das chuvas, com acessos impedidos até para as viaturas de emergência, e os temporais devem ser ainda maiores neste ano, coincidindo com a maior movimentação da safra.

Por isso, Marcia perguntou se o programa da SEP considera situações de contingência como fechamento de estradas, acidentes nas indústrias, etc. Sugeriu ainda que seja incluída a participação da Defesa Civil no plano, bem como uma predefinição de limites de pluviosidade além dos quais o tráfego deve ser retido no planalto paulista para não agravar ainda mais os efeitos de inundações e deslizamentos de terras.

Explicou Antonio Silveira que o controle do agendamento de viagens será feito por uma central instalada no porto, a qual estará preparada para deflagrar um processo de contingência, não só retendo os veículos para que não desçam à Baixada Santista, mas também revendo todo o agendamento desde a origem das cargas, se necessário. O ministro convidou ainda a Prefeitura de Cubatão a participar desse monitoramento.

Artéria Porto-Indústria - Entendendo que este monitoramento trata da questão dos congestionamentos apenas no curto prazo, a prefeita apresentou ao ministro detalhes da projetada Via Arterial Porto-Indústria, que visa separar o trânsito urbano do tráfego pesado entre as duas margens do porto, liberando as rodovias para os demais veículos. Com 11 km e baixo custo de implementação, tal via reuniria caminhões, trens e dutovias, um ramal do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e integração com hidrovia, tendo já sinalização positiva do empresariado e de autoridades, inclusive ambientais.

O ministro mostrou interesse no assunto, considerando-o como um projeto referencial, e agendou novas reuniões sobre o assunto, para ocorrerem nos próximos dias em Brasília, destinadas a verificar formas de viabilização e encaminhamento desse projeto.
Texto: Carlos Pimentel Mendes - MTb 12.283 
Fotos: José Mário Alves - Mtb 59.316/SP

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