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sábado, 9 de outubro de 2010

Dilma recebe apoio de lideranças partidárias, religiosas e dos movimentos

Primeiro ato paulista na campanha de segundo turno da petista, reuniu representantes de centrais sindicais, lideranças religiosas, de 17 partidos políticos, entidades estudantis, movimentos sociais, parlamentares e gestores. Eles convocaram militância a ocupar as ruas e eleger Dilma.

Por Cecília Figueiredo
Sábado, 9 de outubro de 2010


O Palácio do Trabalhador ficou pequeno na noite de sexta-feira (8), para abrigar o ato suprapartidário de segundo turno em São Paulo em apoio à candidata petista à Presidência da República.

Mais de 1.000 pessoas vindas de várias regiões do estado, além de representantes de centrais sindicais, lideranças religiosas, de 17 partidos políticos, entidades estudantis, movimentos sociais, senadores, deputados, vereadores, prefeitos e ministros lotaram o piso superior e parte do mezanino do auditório Paulo Pereira da Silva, para manifestar seu apoio e firmar o compromisso de eleger Dilma.

Cresce apoio
Lembrando as dificuldades enfrentadas na eleição de 2002 por Lula, a deputada federal reeleita Luiza Erundina (PSB) afirmou que a eleição de Dilma, significa igualmente uma “revolução nesse país”. “Em 2002, o povo brasileiro promoveu uma grande revolução nesse país, elegendo pela primeira vez um operário, nordestino a presidente do Brasil. É esse mesmo povo quem vai continuar essa revolução, elegendo a primeira mulher para governar o País”, afirmou Erundina. A ex-prefeita vê na eleição de Dilma a correção na história da democracia brasileira com as mulheres, que embora sejam 52% da população, não representam nem a metade dos cargos públicos.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, valorizou o programa de governo que resultou em 47% dos votos conferidos à Dilma e num crescimento de cadeiras dos partidos aliados nos legislativos. “O programa que defendemos é o programa do governo Lula, que está levando o país ao desenvolvimento. É um programa vitorioso e temos que radicalizar o debate sobre esse programa.”

Foi a convicção no projeto iniciado pelo governo Lula no país, que levou o prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis (PPS), a confirmar seu apoio no 2º turno à Dilma, mesmo sob risco de retaliações de sua legenda. “Optei em ficar do lado do país que deu certo. Estou há 12 anos no PPS, mas acima dele está a bandeira do Brasil. Estou preocupado com a situação do meu povo”, acrescentou.

As lideranças de centrais sindicais - CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e Nova Central – e do MST justificaram o alinhamento à candidatura Dilma e ressaltaram a importância da unidade em favor do Brasil. “Essa não é apenas uma eleição importante para o povo brasileiro. Imaginem o que seria da política internacional num governo Serra. Vocês lembram como ´eles´[FHC/Serra] trataram o povo, chamando os aposentados de vagabundos, sem aumento do salário mínimo!”, resgatou Arthur Henrique, presidente da CUT.

“Sabemos o que foi a privataria e que a aliança deles é com o PV-Partido da Veja. Por isso, vamos ocupar todas as ruas desse país, para derrotar esses tucanos”, convocou João Paulo Rodrigues, da Coordenação do MST e da Via Campesina. O secretário-geral da Força Sindical, Juruna, reforçou: “vamos mostrar a unidade das centrais, dos movimentos e dos partidos”.

Proteger a Pátria
O vereador de São Paulo, Carlos Apolinário (DEM), recomendou: “Antes que o mal cresça Dilma na cabeça”. Já o líder religioso Marco Feliciano disse que “toda árvore que dá frutos é apedrejada”, em alusão às calúnias e mentiras que têm circulado contra a candidata. “Com Dilma, sei que vamos primar pelos valores cristãos”, concluiu.

Numa reflexão sobre os mais de 7 milhões de votos que recebeu como candidato ao Senado por São Paulo, o vereador Netinho de Paula, pediu: “se vocês queriam me ver no Senado, transfiram essa vontade para a Dilma”.

Sem “papas na língua”, Ciro Gomes criticou duramente a campanha caluniosa contra a petista. "Estão fazendo uma das campanhas mais imundas, mais sujas, mais desonestas que eu já vi".

O ex-governador do Ceará, que assumiu a coordenação de campanha da petista, disse que é preciso proteger a Pátria “dessa gente”. “Não com um governo que vivia de joelhos, como o governo FHC. Hoje o salário mínimo é equivalente a U$ 300, mais de 50% da economia é puxada pelo crédito. Tenho responsabilidade. Lutamos muito no Congresso [Nacional] para impedir que o PSDB e o DEM privatizassem o Pré-sal”, disse entre os exemplos do projeto de país que se dedicará a reeleger.

Ação militante
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, também não poupou críticas aos adversários tucanos. "60% do povo de São Paulo não votou em Serra no primeiro turno. Leonel Brizola, que já foi eleito pelo Rio Grande do Sul e pelo Rio de Janeiro, dizia que quem conhecia Brizola votava no Brizola. Hoje podemos dizer que quem conhece o Serra não vota nele, porque sabe que as promessas são mentirosas, porque trata professores na base do cassetete. Não vou comparar eles com o governo Lula, mas com meu pequenino estado do Sergipe. Um policial ganha muito mais no meu estado do que o estado mais rico, porque aqui é o PSDB e lá é o PT", comparou o dirigente. Ele também garantiu que será a ação militante que elegerá Dilma e derrotará a campanha de calúnias e xingamentos.

SP votou pela mudança
O senador Aloizio Mercadante, disse que a soma dos mais de 8 milhões de votos que recebeu aos de Celso Russomano – que também disputou a eleição para governador – já supera à votação de Serra. Confiante, ele acredita que Marina Silva também não esquecerá que fez parte do governo Lula, “que representa mudança”, da proximidade na militância e no Senado, onde ambos sempre estiveram lado a lado nas votações. “O que está em jogo é a nossa soberania energética e é por isso que fico muito feliz de ter vencido onde tem história política, em bairro operário, dessa maioria que hoje tem carteira assinada, que nunca havia sonhado em entrar na universidade. Portanto, esse será o único ato em ambiente fechado. Agora é rua. Vamos mostrar que São Paulo está junto com o Nordeste e não vai andar mais separado do Brasil”.

Paulinho Pereira da Silva, presidente nacional da Força Sindical, disse que colocarão nas ruas uma tiragem de 5 milhões de jornais dizendo quem é o Serra. “Todos sabem que o PSDB votou contra a Emenda 03, para tirar os direitos dos trabalhadores. Vamos mostrar aos trabalhadores que seus direitos, como o 13º, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, estão ameaçados, correm risco”.

Estadista
Na avaliação do candidato a vice-presidente, Michel Temer (PMDB), os adversários estão fazendo uma campanha subterrânea, mas a verdade prevalecerá, porque a palavra de Dilma é pela vida e pelas crenças. “Estou vendo aqui essas pessoas com camiseta ´Sou evangélico, estou com a verdade. Voto Dilma´. Além dos feitos administrativos da Dilma, ela tem uma capacidade extraordinária de articulação política. Políticos de todos os espectros reconhecem isso”.

Projeto em favor da vida
Tranquila, Dilma agradeceu às lideranças políticas e candidatos que fizeram uma campanha “aguerrida” no primeiro turno e fez uma saudação especial às mulheres fortes e guerreira, nas figuras de Lecy Brandão, deputada estadual eleita pelo PCdoB, e Luiza Erundina, deputada federal reeleita pelo PSB. “Somos movidos por sonhos, nós, homens e mulheres, mas a diferença é que além de sonharmos, fizemos. A gente não quer um Brasil para uma minoria, mas para 190 milhões, para cada um dos marginalizados, para cada família. No governo Lula, olhamos a ponte, o viaduto, mas também o que há por trás dele. Não deixamos o bolo crescer primeiro para depois distribuir”, disse a petista.

“Esse é o verdadeiro projeto a favor da vida. Esse projeto colocou na ordem do dia o resgate da família brasileira porque, quando elevaram a desigualdade no país a níveis absurdos, a consequência disso foi uma só, o esfacelamento da família”, disse a petista.

"Eu, como pessoa, sou contra o aborto. Porque o aborto é uma violência contra a mulher. Mas, eu não fecharei meus olhos para as mulheres e as adolescentes pobres que cometem atos extremos... Eu creio que as religiões têm um papel fundamental para esclarecer essas mulheres", avaliou a petista.

Dilma denunciou ainda o PSDB de querer privatizar o pré-sal e citou, sem nominar, "um tucano de alta plumagem". "Isso é muito grave, porque o pré-sal é o nosso passaporte para o futuro".

Participaram do evento os ministros do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), e Alexandre Padilha, entre outras lideranças dos partidos que apoiam a candidatura de Dilma Rousseff.

Foto: Roberto Stuckert Filho

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