O Jardim São Marcos, em Cubatão praticamente já não existe mais. Poucos habitantes ainda resistem, em acomodações precárias, sem água e sem energia elétrica, no antigo núcleo encravado no meio do Pólo Industrial, aguardando uma definição de seus destinos. Daquela situação de miséria extrema e riscos físicos e sociais, pouco resta, além de uma triste lembrança e dos escombros das demolições. Porém, em meio às ruínas do que já foi um dos bairros mais carentes do município, ainda há vidas em risco no local, mesmo que não humanas. Os animais de estimação dos antigos moradores continuam no bairro, abandonados. São dezenas de cães e gatos morrendo de fome, sede, tristeza e abandono, formando um cenário cruel e inaceitável.
De acordo com os moradores que foram transferidos do Jardim São Marcos para o Jardim Real, a Prefeitura não permitiu que eles levassem os seus animais de estimação para as novas moradias. “Disseram que logo após a nossa saída, a ‘carrocinha’ (viatura do centro de Zoonoses) iria pegar os animais e levá-los para um local adequado e seguro. Mas não foi isso que aconteceu. Deixaram os nossos bichinhos lá, pelas ruas, morrendo de fome e sede. Isso é um crime”, disse Josefa Silva.
Dona Maria Aparecida, ex-moradora da Raiz da Serra, disse que alguns animais ainda não morreram de fome, “porque estão se devorando para sobreviver”. Segundo a moradora, os responsáveis pela carrocinha disseram que não têm como abrigar todos os animais. Diante disso, muitos moradores (sobretudo os que moram no pavimento térreo, retornaram para buscar seus animais. “Mas afirmaram que virão buscar os animais. Tenho certeza que todos gostariam de trazer seus animais para morar aqui, mas somos proibidos de ter animais. Eles devem pensar que é algum tipo de crime cuidar dos pobres animais que nos acompanharam a vida inteira. E o que estão fazendo, não é crime, não é crueldade? Soubemos que muitos estão morrendo de sede e fome aos poucos. Isso é um absurdo e uma tortura para eles e para nós, que sabemos que nossos amigos vão morrer e ficar lá como se fossem lixo... Tem cachorro comendo gato pra sobreviver”, desabafa Maria Aparecida.
José Bento Moreira, que deixou uma cadela de apenas sete meses prenha, disse quase em lágrimas que não queria deixar sua cadela, ainda mais nesse estado. “Não sei o que será dela e dos filhotes, se conseguirem nascer; porque também não sei se a Pipoca vai morrer de fome ou não. Cuidava dela desde pequena com muito carinho. Perto de mim tinha tudo que precisava e, de repente, do nada roubaram minha melhor amiga. Estou muito triste. Tenho medo de trazê-la pra cá e fazerem algo nela por pura maldade. Alguém tem que tomar uma providência”, disse, estarrecido.
A última esperança - De fato, tão logo se chega ao extinto São Marcos, já é possível constatar a grande quantidade de animais domésticos se aglomerando em torno das edificações que ainda existem no local. Basta alguém se aproximar e eles, mesmo um tanto amedrontados, logo acorrem em grupo, ganindo de fome e em busca de afagos. Muitos ainda sobrevivem graças à ação de pessoas como Elizabeth Oliveira Arcênio e Geraldo Garcez, que, com o pouco que conseguem, tentam minimizar o sofrimento dos bichos.
Ambos confirmam a morte de muitos animais e creditam a sobrevivência dos demais a José Reis, um senhor já de idade avançada, que é a última – e única – esperança de vida para esses seres. Diariamente, ele vai de barraca em barraca que sevem os caminhoneiros recolhendo restos de alimentos para levar aos cães e gatos do São Marcos. “Na verdade, é uma lavagem. Mas se não fosse o Zé Reis, esses bichos já estariam todos mortos”, garantem.
De acordo com os moradores que foram transferidos do Jardim São Marcos para o Jardim Real, a Prefeitura não permitiu que eles levassem os seus animais de estimação para as novas moradias. “Disseram que logo após a nossa saída, a ‘carrocinha’ (viatura do centro de Zoonoses) iria pegar os animais e levá-los para um local adequado e seguro. Mas não foi isso que aconteceu. Deixaram os nossos bichinhos lá, pelas ruas, morrendo de fome e sede. Isso é um crime”, disse Josefa Silva.
Dona Maria Aparecida, ex-moradora da Raiz da Serra, disse que alguns animais ainda não morreram de fome, “porque estão se devorando para sobreviver”. Segundo a moradora, os responsáveis pela carrocinha disseram que não têm como abrigar todos os animais. Diante disso, muitos moradores (sobretudo os que moram no pavimento térreo, retornaram para buscar seus animais. “Mas afirmaram que virão buscar os animais. Tenho certeza que todos gostariam de trazer seus animais para morar aqui, mas somos proibidos de ter animais. Eles devem pensar que é algum tipo de crime cuidar dos pobres animais que nos acompanharam a vida inteira. E o que estão fazendo, não é crime, não é crueldade? Soubemos que muitos estão morrendo de sede e fome aos poucos. Isso é um absurdo e uma tortura para eles e para nós, que sabemos que nossos amigos vão morrer e ficar lá como se fossem lixo... Tem cachorro comendo gato pra sobreviver”, desabafa Maria Aparecida.
José Bento Moreira, que deixou uma cadela de apenas sete meses prenha, disse quase em lágrimas que não queria deixar sua cadela, ainda mais nesse estado. “Não sei o que será dela e dos filhotes, se conseguirem nascer; porque também não sei se a Pipoca vai morrer de fome ou não. Cuidava dela desde pequena com muito carinho. Perto de mim tinha tudo que precisava e, de repente, do nada roubaram minha melhor amiga. Estou muito triste. Tenho medo de trazê-la pra cá e fazerem algo nela por pura maldade. Alguém tem que tomar uma providência”, disse, estarrecido.
A última esperança - De fato, tão logo se chega ao extinto São Marcos, já é possível constatar a grande quantidade de animais domésticos se aglomerando em torno das edificações que ainda existem no local. Basta alguém se aproximar e eles, mesmo um tanto amedrontados, logo acorrem em grupo, ganindo de fome e em busca de afagos. Muitos ainda sobrevivem graças à ação de pessoas como Elizabeth Oliveira Arcênio e Geraldo Garcez, que, com o pouco que conseguem, tentam minimizar o sofrimento dos bichos.
Ambos confirmam a morte de muitos animais e creditam a sobrevivência dos demais a José Reis, um senhor já de idade avançada, que é a última – e única – esperança de vida para esses seres. Diariamente, ele vai de barraca em barraca que sevem os caminhoneiros recolhendo restos de alimentos para levar aos cães e gatos do São Marcos. “Na verdade, é uma lavagem. Mas se não fosse o Zé Reis, esses bichos já estariam todos mortos”, garantem.
Qualquer pessoa que queira adotar um animal de estimação, podem se dirigir ao Jardim São Marcos. Lá podem ser encontrados gatos e cachorros de todos os tamanhos, cores e idades.
Um comentário:
o problema foi resolvido?
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