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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

CUBATÃO 475 anos da fundação do Povoado


Cubatão para início de História...

A oficialização da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, em 1500, não determinou, por parte da Coroa Portuguesa, a imediata ocupação do território. No entanto, contrapondo-se ao descaso do monarca português Dom Manoel, várias expedições não oficiais foram realizadas. Nos primeiros trinta anos do século XVI, são conhecidas, no mínimo, vinte e sete expedições; estas, inevitavelmente, produziram náufragos, desertores, abandonados e, possivelmente, degredados europeus que, iniciando da costa brasileira, foram os habitantes precursores. Um fato que confirma isso é a utilização do porto de São Vicente, desde 1502, por navegadores espanhóis e portugueses. O interesse de outras nações, aliado às constantes visitas ao litoral brasileiro, levou Portugal a organizar a primeira expedição oficial de colonizadores. O responsável designado para esta tarefa, Martim Afonso de Souza, aportou em São Vicente no dia 22 de janeiro de 1532, tendo antes passado pelo Rio de Janeiro. Estava incumbido de uma missão baseada nos seguintes princípios: defesa, exploração ou reconhecimento geográfico e fixação de marcos de posse no Rio da Prata. Martim Afonso possuía destacada atuação no estabelecimento de povoações, pois foi contemplado com um trecho territorial de 100 léguas: a denominada Capitania de São Vicente. Além disso, teve poderes delegados pelo então Rei de Portugal, D. João III: para que possa dar às pessoas que consigo levar e às pessoas que na dita terra quiserem viver e povoar (...) segundo o merecerem as ditas pessoas por seus serviços e qualidades...
Portador de tais vantagens fez as primeiras doações de terras no Brasil, as denominadas sesmarias, que foram: a primária, concedida a Pero de Góes, em Piratininga, no dia 10 de outubro de 1532 e a secundária, dada a Rui Pinto, em São Vicente, no dia 10 de fevereiro de 1533. Estas doações coincidem, em grande parte, com a atual delimitação do município de Cubatão.

Resumindo...

Em 10 de fevereiro de 1533, na sede da Capitania de São Vicente, o Capitão-Mor Martim Afonso de Souza assinou o primeiro documento em que aparece o nome de Cubatão: era uma carta de sesmaria a Rui Pinto, concedendo as terras do Porto de Apiaçaba, região compreendida entre os rios Mogi e Perequê. Tratava-se da segunda sesmaria brasileira. A primeira tinha sido concedida a Pero de Góes em 10 de outubro de 1532. Na verdade, as três primeiras sesmarias dadas no Brasil, em nome do rei de Portugal, se encontravam, em parte, nas terras do atual município de Cubatão. A sesmaria de Pero de Góes ficava na margem esquerda do Rio Mogi, atual Cosipa. A sesmaria de Rui Pinto ficava entre a margem direita do Rio Mogi e a margem esquerda do Rio Perequê, atual Alba, Union Carbide, Rhodia, Cabocloro, Copebrás, etc. A terceira sesmaria, de Francisco Pinto, ficava entre a margem esquerda do Rio Perequê e a margem direita do Rio Pilões, área atual das indústrias Petrocoque, Refinaria Presidente Bernardes, Usina Henry Borden, Cia. Santista de Papel e Ultrafértil-Cubatão. Uma quarta sesmaria seria dada a Antônio Rodrigues de Almeida, localizada na margem esquerda do Rio Pilões até a cachoeira do Rio Cubatão, região ainda hoje cercada de árvores e plantações de banana, em contraste com as outras áreas, utilizadas como zonas industriais. Pode-se observar a antiga sesmaria de Antônio Rodrigues, ainda de grande beleza vegetal, quando atravessamos o primeiro viaduto da Rodovia dos Imigrantes, na subida da Serra do Mar: tanto à esquerda como à direita do viaduto, o que vemos são as antigas terras de Rodrigues, e o rio que a ponte da Rodovia dos Imigrantes corta é o Cubatão.

Texto de Welington Ribeiro Borges, Historiador

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