Fábio Oliveira Inácio
A Emenda Constitucional nº 59 torna obrigatória para crianças de 4 e 5 anos a
Educação Infantil (Pré-escola). A emenda estabelece o ano de 2016 como prazo final
para que todos os municípios atendam a essa demanda. A cidade de Cubatão, desde
2010, já universalizou o atendimento a todas as crianças nessa faixa etária. Ao
assumirmos a Secretaria de Educação, em 2009, encontramos uma lista de espera
com mais de 700 crianças de 4 e 5 anos de idade que estavam fora da escola.
Através de parcerias e de reorganização das nossas escolas, conseguimos zerar
essa lista após um ano de trabalho à frente da Seduc.
O Plano Nacional de Educação, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), que
está em discussão no Congresso Nacional, aponta outra diretriz importante: o
atendimento de 50% da demanda de creche até o ano de 2020. Neste ponto, Cubatão
também já ultrapassou a meta estabelecida. Hoje, atendemos a cerca de 85% da
demanda. É claro que ainda temos que avançar mais, no entanto, podemos
comemorar a criação de 2.200 vagas em creche nos primeiros quatro anos de
governo.
Em 2009, no lançamento do Plano de Atenção à Educação (PAE), estabelecemos
metas importantes para o setor. De lá para cá, foram dados passos largos para
melhorarmos o acesso e a permanência dos alunos em nossa rede de ensino. Foram
feitos fortes investimentos que garantiram ao Município atingir todas as metas
do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Um desses investimentos
foi a implantação do Ciclo de Alfabetização, que congrega os três primeiros
anos do Ensino Fundamental e que visa a garantir a plena alfabetização de todos
os alunos até os oito anos de idade.
No outro extremo da questão da alfabetização, podemos destacar a redução dos
índices de analfabetismo na Cidade. Ao assumirmos o governo, 9% da população
adulta cubatense não sabia ler nem escrever. Conseguimos mudar esse quadro e
hoje temos apenas 5% dos moradores nessa condição.
Houve
também avanços na oferta de vagas e na melhoria da qualidade de ensino em nossa
rede.
Atualmente,
um dos nossos maiores desafios é conciliar a Lei de Responsabilidade Fiscal com
a necessidade de ampliação de vagas em creches e no ensino integral e ainda consolidar
o plano de carreira para os profissionais da educação. Acredito que esse seja o
grande desafio dos municípios: ampliar o atendimento e valorizar cada vez mais
os profissionais da educação.
Para
aumentar o atendimento escolar os municípios acabam gastando mais com
contratações e salários. E a Lei de Responsabilidade Fiscal limita os gastos
gerais com os servidores públicos. Então, como conciliar esse crescimento da
demanda com os gastos com pessoal e com as melhorias salariais exigidas no
plano de carreiras? Considero que uma das saídas é desvincular os gastos da
educação infantil, que ficariam de fora do cômputo dos limites da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Se não for assim, como alguns municípios vão
universalizar a educação infantil se suas folhas de pagamento já estão próximas
do limite prudencial estabelecido pela lei? A União dos Dirigentes Municipais
de Educação vem enfrentando esse debate e buscando alternativas.
Precisamos avançar ainda mais e para isso mudanças na legislação são
necessárias. Para resolver a questão, é fundamental que os recursos do
pré-sal sejam destinados à educação. Caso isso não ocorra, corremos o
sério risco de ver muitos municípios bem distantes das metas estabelecidas pelo
Plano Nacional de Educação.
Fábio Oliveira Inácio
Secretário Municipal de Educação de
Cubatão