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quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Aos 60 anos, Cubatão tem um novo desafio"

Sessão solene foi realizada na Câmara Municipal, no dia 8

Com a presença de Mayr Godói, vereador integrante da primeira legislatura cubatense, em abril de 1949, e autor do primeiro brasão do então nascente município, foi realizada na noite desta nesta quarta-feira (8/4) a sessão solene da Câmara Municipal comemorativa do 60º aniversário da emancipação político-administrativa de Cubatão. Na oportunidade, a prefeita Marcia Rosa falou de sua alegria em representar o Executivo nesse ato e dos novos desafios de um município que trouxe a riqueza ao Brasil mas precisa agora aprender a reparti-la também entre seus próprios cidadãos. Na oportunidade, foram homenageados os servidores municipais e o coral Canto Mágico e entregue o título de Cidadão Cubatense ao padre Antonio Pereira da Luz, sendo ainda premiados os alunos vencedores de concurso alusivo à data.

Móveis e Bomba "A" - A solenidade começou ainda fora da sala de sessões, com a apresentação a Mayr Godói do mobiliário antigo da Câmara, da foto dos primeiros vereadores - em que esse ex-primeiro-secretário do Legislativo é visto de pé à esquerda de seus pares -, do antigo brasão municipal e da réplica da primeira ata de sessões, recuperada para o arquivo histórico da Câmara.

Mayr, emocionado com a homenagem e à vontade no seu ambiente de outrora, foi até mais expansivo do que na sessão solene, relembrando histórias do início de Cubatão como cidade autônoma, como a obtenção da refinaria junto ao presidente Eurico Gaspar Dutra e da siderúrgica com o governador Adhemar de Barros: "Tínhamos a indústria de Produtos Químicos (Anilinas), a fábrica de papel e a Light. Dizia Santo Agostinho que o mundo podia girar, mas a cruz sempre estaria de pé, e foi daí que tirei a inspiração para fazer o brasão"... e Mayr prosseguiu, lembrando ter ouvido de um general, no tempo da Guerra Fria, que Cubatão era o único lugar no Brasil que justificaria a um inimigo lançar uma bomba atômica, pois destruindo Cubatão paralisaria o país...

Já na sala de sessões da Câmara, Mayr agradeceria pela homenagem recebida, contando que seu tempo de vereador foi um grande aprendizado até para seu trabalho acadêmico (ele defendeu tese de mestrado sobre a Câmara de Vereadores) e para sua vida profissional, como advogado e diretor do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), entidade fundada em 1952 durante um congresso em São Vicente. Pela Casa de Leis cubatense passaram ilustres pessoas da vida nacional, e outras ali começaram, o que demonstra a sua importância, embora nem sempre notada.

Para Mayr, Cubatão é um jovem município de 60 anos, que acompanhou todo o progresso recente do Brasil e para ele contribuiu. O homenageado terminou citando o escritor cubatense Afonso Schmidt, que no poema "Cubatão" retratou a região como "um bambual que rumoreja ao vento, sol de fogo em areia prateada, deslumbramento e mais deslumbramento"...

Versos em "ão" – O orador convidado da noite foi o deputado federal e ex-prefeito vicentino Márcio Luiz França Gomes, que resumiu a história de Cubatão, numa série de versos terminados em "ão" como o nome da cidade, que culminou na lembrança de que o Legislativo Cubatense tem como presidente um vereador cujo apelido rima com tudo – "Alemão".

Também fizeram parte da mesa de honra, além desse presidente – José Roberto Azzoline Soares –, também o deputado estadual Fausto Figueira, a diretora do Fórum de Cubatão, Carmem Silvia Hernandez Quintana de Lima; o vereador Mayr Godói, o padre Antonio Pereira Luz e a prefeita Marcia Rosa.

Novo desafio – A chefe do Executivo Municipal disse estar alegre pela oportunidade de representar o governo municipal no ato comemorativo dos 60 anos de Cubatão autônoma, ainda mais pela raridade da presença feminina em instâncias mais altas do Executivo e do Legislativo.

Para Marcia Rosa, depois do desafio da industrialização, reunindo refinaria e siderúrgica num mesmo pólo e contribuindo para o desenvolvimento do País, Cubatão se impõe um novo desafio, de "colocar a riqueza produzida nesta cidade a serviço de seu povo, saldando uma grande dívida social para com a população cubatense, que vê a riqueza passando e não sente que ela seja distribuída com justiça e justeza social".

"Que Cubatão continue sendo uma cidade que produz riqueza, tão importante no cenário do desenvolvimento do Brasil – continuou ela -, mas que isso redunde também no desenvolvimento da cidade. Enquanto houver crianças em palafitas, jovens envolvidos com drogas, pessoas desempregadas, temos um grande desafio, de entregar ao povo desta cidade o que lhe é de direito. Precisamos construir o grande sonho de termos em Cubatão uma cidade mais justa, generosa e bonita".

"Já se disse que entre a utopia e o desastre, a opção deve ser pela utopia. Nestes três meses, aumentamos as vagas disponíveis nas escolas, ampliamos o transporte dos estudantes, enviamos à Câmara um projeto de lei para a criação do Bolsa Creche, recuperamos e reativamos os projetos habitacionais Guará Vermelho e da Vila Esperança, fizemos economia do dinheiro público, em combustível e telefonia, repactuamos os contratos com os fornecedores, reduzindo-os em até mais de 50% dos valores..."

A prefeita prosseguiu, comentando: "Vivemos numa época de crise, que mesmo sendo branda para o Brasil, a marolinha citada pelo presidente Lula, impacta principalmente nos municípios produtores – como Cubatão, que trabalha dia e noite, noite e dia -, pois essa produção se traduz em orçamento, e o desta cidade sofreu decréscimo de 21,16% em janeiro e 21,49% em fevereiro. Enfrentamos ainda um seqüestro de receita de mais de R$ 17 bilhões, além de incêndios, enchentes, deslizamentos de terra.

"Navegamos em meio a uma grande tempestade, mas com uma equipe apaixonada, da qual temos muito orgulho, pois não permite corrupção, omissão e acomodamento. Esta é a maior convocação que faço, neste 60º aniversário da emancipação político-administrativa, para todos lutarmos e construirmos uma cidade mais justa e melhor para todos".

Homenagens – A solenidade foi abrilhantada pela presença do Coral Petrobrás Canto Mágico, infantil, com a maestrina Sonia Onuki. Criado em 1984, com cerca de 75 componentes, para o desenvolvimento do canto coral infanto-juvenil com objetivos pedagógicos, gravou em 2008 seu primeiro disco e tem o apoio também do Rotary Club de Cubatão. Ao completar o 15º ano, foi homenageado pela Câmara, e se apresentou com canções como "Filhote do filhote", cujos versos "Cuida da terra para mim, deixa a terra florescer, pensa no filhote do filhote que ainda vai nascer" foram pelo coral dedicados a Cubatão.

A vereadora Maria Aparecida Pieruzi de Souza saudou em seguida o padre Antonio Pereira Luz, pernambucano de Pesqueira que chegou a Cubatão em maio de 1992 a convite do padre Primitivo Baltazar Flores de Zeralhos (falecido) e se tornou pároco da Igreja São Francisco de Assis desde 27 de janeiro de 1996, sendo ainda o criador em 1995 da Rádio Providência Divina, além de ajudar a formar a Pastoral de Cubatão, e fundar a Casa de Emaús para atendimento a moradores em situação de rua e de onze capelas em bairros como Fabril, Água Fria e outros núcleos. Distinguido como Cidadão Cubatense, o padre agradeceu dizendo que tem Cubatão em seu coração, sendo bastante aplaudido pelo público que lotava o recinto.

Ocorreu então a premiação dos alunos vencedores do concurso Cubatão 60 Anos, Sua História, Evolução e Sua Gente, abrangendo escolas locais do Ensino Fundamental. Receberam seus prêmios os estudantes Jaqueline da Silva Barbosa (9º ano – UME João Ramalho), em primeiro lugar; Andressa Ribeiro Santacruz (9º ano – Centro Educacional do Sesi), segunda colocada; e Rafael Nunes da Silva (8º ano, UME João Ramalho), que obteve a terceira classificação.

Funcionários – De forma inédita, a Câmara resolveu também homenagear os servidores públicos municipais, e escolheu três representantes da categoria, por terem lançado em fevereiro o livro Cubatão – Caminhos da História. Os autores Cesar Ferreira, Francisco Torres e Welington Borges agradeceram pela oportunidade de representarem o funcionalismo público e citando que a categoria, sendo valorizada pela sociedade, tem muito a contribuir. Citaram ainda outros cubatenses – alguns dos quais integraram o funcionalismo – que foram sua fonte de inspiração nesse trabalho de resgate da história da cidade.

Encerrada a solenidade oficial, ocorreu uma recepção aos participantes, organizada no Bloco Cultural do Paço Municipal.

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