Encontro foi
solicitado pela OAB Santos. Para prefeita, paralisação da usina
"inviabilizará uma região com 2 milhões de habitantes"
A prefeita Marcia Rosa participou na tarde desta terça-feira (17) de reunião
com representantes sindicais e da Usiminas, no escritório regional do
Ministério Público do Trabalho, em Santos. O encontro foi solicitado pela
subseção de Santos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para obter da
siderúrgica informações sobre o seu plano de interromper a produção de aço em
Cubatão, o que acarretará na demissão de milhares de trabalhadores.
Além da chefe do Executivo, participaram representantes do Sindicato dos
Metalúrgicos da Baixada Santista e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas
de Asseio e Conservação da Baixada Santista (Sindilimpeza), além da
vice-presidente da OAB Santos, Maria Lúcia de Almeida Robalo.
Segundo a chefe do Executivo, os advogados e o gerente de recursos humanos da
usina não trouxeram fatos novos à reunião, alegando que a crise econômica e a
falta de competitividade da indústria nacional frente às siderúrgicas chinesas
são as responsáveis pela decisão e que não haverá encerramento da planta
cubatense, mas "suspensão das atividades nos setores primários".
"A Usiminas falou tecnicamente o que todos já sabemos. O que os
trabalhadores e nós do governo temos salientado é que não há diálogo. Como
lidar com a medida, se eu não tenho nem o cronograma de demissões? Fico sabendo
dos cortes pela imprensa e pelos sindicatos. A empresa não nos informa
nada", afirma a prefeita de Cubatão.
Para Marcia Rosa, a siderúrgica precisa estar ciente do impacto econômico e
social da decisão de suspender a produção, que terá reflexos em toda a região.
"Cubatão é um polo petroquímico, onde uma empresa depende da outra.
Somente este ano, 100 empresas terceirizadas prestaram serviço pra Usiminas.
Por isso, o impacto da medida é desesperador. Considero impossível [a Usiminas]
continuar com esse processo, não voltar atrás. Porque estaremos inviabilizando
uma região com 2 milhões de habitantes", alerta.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio
Resende de Sá, também saiu insatisfeito da reunião. Ele anunciou que a
mobilização dos trabalhadores contra as demissões e a interrupção da usina
continuará nos próximos dias. "A Usiminas se furta à discussão, mas nós
continuaremos lutando contra essas medidas, entrando com ações no Ministério Público,
Ministério do Trabalho e até na Organização Internacional do Trabalho, se
preciso".
Reunião hoje - Está prevista para esta quarta-feira (18) uma
reunião entre a prefeita Marcia Rosa e o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de
Souza, a ser realizada no gabinete da chefe do Executivo, em horário a definir.
A Prefeitura aguarda a confirmação do encontro por parte da empresa, após dois
cancelamentos seguidos nas últimas semanas.
Texto: Allan Nóbrega - MTb 52.208-SP
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