Apresentação aconteceu no domingo (30), no complexo de
teatros do Lincoln Center.
No coração de Nova Iorque, a poucos metros do Central
Park, um grupo de artistas brasileiros cantou uma obra importantíssima da
música erudita: The Messiah ou "O Messias", de Handel. O espaço
escolhido foi um dos teatros do complexo Lincoln Center, local que recebe
músicos, atores, cantores e bailarinos do mundo inteiro. E esse grupo é de
Cubatão: o Coral Zanzalá foi o representante do Brasil na apresentação que
aconteceu na tarde deste domingo (30). Juntou-se a coralistas da Austrália,
França, Guatemala, China, Alemanha, Canadá e Estados Unidos.
Com o teatro lotado, a plateia pode conferir a peça
praticamente completa de Handel, com 46 músicas que recontaram a vida e obra do
Messias, Jesus Cristo. O concerto foi divido em três partes e teve duração de
duas horas e meia. O Coral Zanzalá participou do primeiro movimento inteiro e,
depois, juntou-se ao fim da 2ª parte, em Halleluya e na 3ª, em Worthy is the
Lamb that was slain.
A apresentação contou com a Orquestra do Distinguished
Concerts e com a participação da soprano Penelope Shumate, meio-soprano Holly
Sorensen, tenor John McVeigh e com o barítono Christopher Job, estes últimos
cordialmente cedidos pela Metropolitan Opera.
O espetáculo teve a regência do maestro Jonathan
Griffith, que também é diretor artístico da Orquestra norteamericana. Ele
destacou a importância que esta obra de Handel tem para a música mundial:
"É uma das mais populares obras para coro e orquestra da história da
música e é um belo desafio para todos os artistas envolvidos. Ficamos muito
felizes em reunir tantas diferentes vozes ao redor do mundo neste
espetáculo".
O maestro Griffith disse, ainda, que compreende o esforço
por parte dos corais estrangeiros, que somaram 400 artistas no palco, uma vez
que as músicas foram cantadas em inglês, como na versão original. Isso, sem
contar a capacidade e controle respiratório e articulatório dos artistas. E
elogiou a participação dos cantores do coral cubatense.
A cada música executada, olhos marejados na plateia e
artistas encantados com a obra épica. Para Célio Perez Esteves, um dos
participantes do Zanzalá e professor da Escola Técnica de Música e Dança de
Cubatão, cantar Handel em Nova Iorque foi mais do que um sonho realizado.
"Batalhamos a vida inteira pela Arte. A apresentação desta tarde foi mais
do que especial. Senti muita emoção ao interpretar 'O Messias' e foi difícil
controlar as lágrimas em alguns momentos. Nossa participação no concerto aqui no
Lincoln Center só vem coroar um trabalho de muitos anos", afirmou o
artista.
No fim do espetáculo, todos os regentes foram chamados ao
palco para receber os aplausos, que duraram alguns minutos, e entre eles
estavam a maestrina do Zanzalá, Nailse Cruz, e a regente-assistente, Maria
Fernanda Tavares. "Foi uma linda apresentação, que nos alegrou do início
ao fim. Ver cada um dos artistas da nossa cidade, se apresentando com a voz e
com o coração, foi inesquecível. Valeu o esforço de nossa parte para estarmos
todos aqui", afirmou Nailse Cruz.
O secretário de Cultura, Welington Borges, lembra que a
passagem do Coral Zanzalá pelos Estados Unidos só foi possível graças à
colaboração de uma empresa da cidade, que patrocinou o sonho musical. A
prefeitura de Cubatão também patrocinou a viagem. A prefeita Marcia Rosa não
poupou esforços para ver os artistas cubatenses levando a arte, que tanto tem
marcado a cidade de Cubatão, a um espaço tão privilegiado como é Nova Iorque.
Antes de partir, o Zanzalá tem outro compromisso: dessa
vez na igreja histórica Saint Patrick's Cathedral, que por mais de um século,
enfeita a cidade e é um dos cartões-postais de Nova Iorque. Imponente pela
arquitetura, a catedral destaca-se no meio urbano da metrópole e é uma âncora
do turismo na cidade estadunidense. Recebe mais de cinco milhões de visitantes
por ano, de todo as partes do mundo.
Para esta apresentação especial, o Coral preparou um
repertório basicamente formado por obras sacras como Locus Iste (Bruckner), Ave
Maria (Biebl), além de Ave Maria, Pai Nosso (Rodrigo Vitta), Aleluia (Mahle).
Compositores brasileiros não foram esquecidos e serão representados por obras
de Villa-Lobos (Ave Maria) e Gilberto Mendes (Cântico de Verônica). Outras
músicas da MPB também devem fazer parte dessa apresentação: Cantador (Dori
Caymmi e Nelson Motta) e Garota de Ipanema (Vinícius e Tom Jobim).
Texto: Morgana Monteiro - Mtb 29.202
Fotos: José Mário Alves - Mtb 59.316
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