Rádio Gonzagão

Giro Social Imóveis

O Curioso do Futebol

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Em reunião com presidente da Usiminas, prefeita Marcia Rosa conclama a diálogo e união contra demissões

Durante encontro na usina, Marcia Rosa destacou consequências sociais e econômicas do fim da produção de aço na Cidade

A prefeita Marcia Rosa foi recebida na tarde desta quarta-feira (18) pelo presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza. O encontro, de pouco mais de duas horas, aconteceu na usina cubatense, onde a chefe do Executivo apresentou sua preocupação com o imenso impacto social e econômico na Cidade caso o plano da empresa, de interromper a produção de aço na unidade local, se concretize nos próximos meses.
Segundo ela, a direção da siderúrgica demonstrou estar aberta ao diálogo na busca por soluções conjuntas para aumentar a competitividade da indústria nacional de aço, frente à produção chinesa. “Sugeri a ele uma rodada de negociações com o Estado, Governo Federal e sindicatos para buscarmos uma proposta que garanta a sustentabilidade da usina, pela importância que tem para a Baixada e o País, no que ele concordou”.
Segundo informado por Rômel à prefeita, até o início do próximo ano não será interrompida a produção na usina cubatense. “Se até lá existir uma proposta que possibilite a reversão do quadro negativo da indústria no país, a Usiminas está disposta a repensar o planejamento, mas é preciso medidas concretas”, disse Marcia, que lembrou o recente anúncio do Governo Federal, após reunião com uma comitiva cubatense, de que pode adotar novas alíquotas para proteger a indústria siderúrgica nacional.
“Essa ação do Governo Federal, colocada em prática, será de extrema importância. Nenhum país cresce sem uma indústria forte, sobretudo a de base. O aço da China compromete também outros países, precisa ter uma alíquota que garanta uma competitividade do produto nacional. É preciso também pensar no aquecimento da economia interna, especialmente a automobilística e o mercado da construção civil”, destacou a prefeita de Cubatão, que conclamou à união regional para evitar as demissões em massa na usina. “Não temos um prazo muito longo. Mas não consigo trabalhar com a possibilidade de fechamento da siderúrgica. Acredito que é possível construirmos um jeito de reverter a decisão da empresa. Temos que unir a cidade, a população da região, as indústrias do aço, os políticos, todos os prefeitos, deputados, sindicalistas e centrais, e buscar essa solução conjunta. Saio da reunião com o presidente da Usiminas com a esperança de que ainda há jeito de reverter a paralisação da usina”.


Texto: Allan Nóbrega – MTb 52.208/SP
Fotos: José Mario Alves




Prefeita de Cubatão e sindicatos participam de reunião com Usiminas no Ministério Público do Trabalho


Encontro foi solicitado pela OAB Santos. Para prefeita, paralisação da usina "inviabilizará uma região com 2 milhões de habitantes"

A prefeita Marcia Rosa participou na tarde desta terça-feira (17) de reunião com representantes sindicais e da Usiminas, no escritório regional do Ministério Público do Trabalho, em Santos. O encontro foi solicitado pela subseção de Santos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para obter da siderúrgica informações sobre o seu plano de interromper a produção de aço em Cubatão, o que acarretará na demissão de milhares de trabalhadores.


Além da chefe do Executivo, participaram representantes do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação da Baixada Santista (Sindilimpeza), além da vice-presidente da OAB Santos, Maria Lúcia de Almeida Robalo.



Segundo a chefe do Executivo, os advogados e o gerente de recursos humanos da usina não trouxeram fatos novos à reunião, alegando que a crise econômica e a falta de competitividade da indústria nacional frente às siderúrgicas chinesas são as responsáveis pela decisão e que não haverá encerramento da planta cubatense, mas "suspensão das atividades nos setores primários". "A Usiminas falou tecnicamente o que todos já sabemos. O que os trabalhadores e nós do governo temos salientado é que não há diálogo. Como lidar com a medida, se eu não tenho nem o cronograma de demissões? Fico sabendo dos cortes pela imprensa e pelos sindicatos. A empresa não nos informa nada", afirma a prefeita de Cubatão.



Para Marcia Rosa, a siderúrgica precisa estar ciente do impacto econômico e social da decisão de suspender a produção, que terá reflexos em toda a região. "Cubatão é um polo petroquímico, onde uma empresa depende da outra. Somente este ano, 100 empresas terceirizadas prestaram serviço pra Usiminas. Por isso, o impacto da medida é desesperador. Considero impossível [a Usiminas] continuar com esse processo, não voltar atrás. Porque estaremos inviabilizando uma região com 2 milhões de habitantes", alerta.



O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Resende de Sá, também saiu insatisfeito da reunião. Ele anunciou que a mobilização dos trabalhadores contra as demissões e a interrupção da usina continuará nos próximos dias. "A Usiminas se furta à discussão, mas nós continuaremos lutando contra essas medidas, entrando com ações no Ministério Público, Ministério do Trabalho e até na Organização Internacional do Trabalho, se preciso".



Reunião hoje - Está prevista para esta quarta-feira (18) uma reunião entre a prefeita Marcia Rosa e o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, a ser realizada no gabinete da chefe do Executivo, em horário a definir. A Prefeitura aguarda a confirmação do encontro por parte da empresa, após dois cancelamentos seguidos nas últimas semanas. 




Texto: Allan Nóbrega - MTb 52.208-SP