Participação do município na Rio+20 e endividamento dos
municípios foram debatidos pela comitiva cubatense em evento promovido pela
Frente Nacional de Prefeitos, em Brasília
Cubatão tem papel de destaque na segunda edição do Encontro
de Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, promovido pela Frente Nacional
de Prefeitos em Brasília durante toda esta semana. A prefeita Marcia Rosa
participou de debates e painéis em que apresentou o exemplo de recuperação
ambiental de Cubatão, destacando a participação do município na conferência
Rio+20, da Organização das Nações Unidas, em junho do ano passado.
Na manhã de quinta-feira (25), a prefeita de Cubatão foi
mediadora de debate sobre a qualidade do ar nas cidades, que contou com a
participação do analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Luiz
Mandalho, e do diretor administrativo-financeiro da empresa CCR/CONTROLAR,
Roberto Carlos Guimarães.
Marcia Rosa apresentou um histórico do processo de
recuperação ambiental do Município, quando a união de toda a sociedade,
indústria e poder público conseguiram controlar 99% das fontes poluidoras. Por
causa desse trabalho histórico, o município recebeu da ONU em 1992 o
reconhecimento como exemplo mundial de recuperação ambiental. "Hoje, nosso
desafio é outro. Devido aos constantes congestionamentos nas rodovias que
cercam nossa cidade, os cubatenses estão expostos a enormes emissões de gases
tóxicos".
A chefe do Executivo sugeriu que a Frente Nacional de
Prefeitos encampasse essa luta e elaborasse um documento em apoio aos
municípios que, como Cubatão, sofrem diariamente com problemas logísticos, que
provocam passivos ambientais. "Precisamos também que as empresas
concessionárias de rodovias, transportadoras e pátios de contêineres propiciem
alguma forma de compensação ambiental de forma a minimizar os danos causados à
população, que sofre com congestionamentos e problemas respiratórios".
Judicialização e precatórios - A prefeita de Cubatão também
manifestou a prefeitos e lideranças políticas nacionais preocupação com o
fenômeno da judicialização da política, em que decisões judiciais influem no
planejamento de políticas públicas.
Para Marcia Rosa, os municípios brasileiros vivem uma
situação de grave endividamento, principalmente devido ao acúmulo de
precatórios milionários gerados em administrações anteriores, onde seus valores
correspondem a anos de receita municipal, sob o risco iminente de sequestro de
receita. "Se por um lado a Lei de Responsabilidade Fiscal representou um
avanço histórico na gestão publica brasileira, significou um profundo
engessamento no ato de governar, já que muitas das dívidas de precatórios foram
contraídas há mais de 30 anos. Dessa forma, é impossivel planejar o futuro com
o passado batendo em sua porta", afirmou.